segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

futilidades e/ou fragilidades...



Aconteceu ontem algo que me fez refletir bastante sobre a vida, sobre oque é ou não importante, oque é ou não futilidade...
Uma porta de ferro com vidro caiu em cima do meu braço, estilhaçou os vidros que retalharam a ponta do meu dedo médio da mão esquerda, além disso fraturei o osso e perdi a unha. Na hora não senti dor, acho que o pico de adrenalina no momento me impediu de ter qualquer reação que não fosse correr para o hospital.
Depois que fui medicada, anestesiada e suturada é que a ficha começou a cair... Foi só então que consegui chorar, que consegui extravasar toda a tensão que guardei enquanto precisei ser forte.
O engraçado, é que minhas lágrimas não eram por dor, eram pelo medo absurdo que me tomava de perder a ponta do dedo, de necrosar e da possibilidade, ainda que remota, de ter meu dedo aleijado. Não, não sou mesmo a rainha das futilidades, mas assusta qualquer mulher a possibilidade de ficar com um dedo da mão mutilado não é?
A estética conta muito, mas para mim naquele momento ia além disso... Era como se eu tivesse rompido a barreira da "normalidade", do grato presente de ser uma criatura de Deus sem defeitos aparentes...
Mas aí minha gente, foi que enfrentei fila no posto de saúde pra consultar com o ortopedista. E lá minha visão sobre meu dedo mudou... Crianças, velhos, pessoas enfim, entregues a própria sorte, alguns sim mutilados, doloridos, cansados... Gente que não tem pra onde correr, que não teriam outra opção mesmo se precisassem... Que triste, me senti pequena, egoísta, mimada.
Durante a consulta, que não durou mais de dois minutos, o médico disse que não vou precisar de gesso mas terei que ficar com o dedo imobilizado por uns quinze dias. 
Quanto a estética, está bem melhor do que eu imaginava e ele disse que minha unha vai crescer e a ponta do dedo já está em processo de cicatrização.
Agora que o susto maior passou, levo a lição de que ainda que o acidente tivesse me custado um dedo, seria muito pouco diante das coisas inimagináveis que acontecem todos os dias com pessoas pelo mundo à fora. 
Claro que cada um com sua dor, mas fica o aprendizado de que somos frágeis e insignificantes. De que pra morrer basta estar vivo e que o mundo não pára (mesmo) pra gente juntar os cacos. 
Termino agora minha triste história, fazendo uma graça, com oposto do velho ditado: Vão se os dedos, ficam os anéis... (ainda bem porque é de brilhante)!

3 comentários:

  1. Oi Renata, seu relato foi tão sincero e pertinente, quanto o final engraçado rsrs.
    Uma vez Renata cheguei a pagar uma lipoaspiração para mim, mas acabei desistindo e dei para minha irmã, tempos depois resolvi fazer um procedimento estético, um pouco doloroso para eliminar as gordurinhas localizadas, antes de entrar na sala eu só pensava em como eu ficaria bonita, como as roupas me cairiam bem após o processo, mas durante a realização eu me senti malm muito mal mesmo até chorei! começou a mexer com o meu piscológico sabe, fiquei lembrando de pessoas passando fome, pessoas doentes, machucadas enfim lembrei só de coisas realmente tristes e que precisam de mudança, mas não tem, por falta de recurso e eu lá fazendo um procedimento que me pareceu desnecessário e fútil! pois de nada abalava minha auto estima, para fazer aquele procedimento então realmente ele era fútil.
    Essa experiência me serviu para hoje 6 anos depois, mais cheinha do que eu era, com mais uma filha, com certeza mais flácida, mas não tenho vontade nenhuma de fazer uma cirurgia, não sou contra so acho que estou bem assim, e o que não esta eu posso melhorar sem gastar com futilidade, um dedo não é tão futíl assim! talvez (eu disse talvez) um peito uma barriga ja seja né?

    bjs e parabéns pelo post gostei muito.

    Gélia



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    1. obrigada pelo carinho Gélia, é a futilidade pode mesmo fazer mal, mas as vezes é pior ficar mal consigo mesma cada caso é um caso né... que bom que está feliz e satisfeita agora!bjoos

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  2. Creativo e interesante blog.Te sigo.Te invito a seguir mi blog.saludos poéticos.

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